Ser vivo mora na rua
no capão entre os galhos emaranhado
Ser capado da vivência
doutros seres aleijado.
Acampa pendura os trastes.
o senhor Pedro Panelas!
Prefere as pedradas dos piás
Ao inferno da favela.
Pedro Louco pras mulheres.
das crianças o Noel,
presente feito castigo:
Se fores mal na escola,
Pedro Panelas é quem vem vem para ti.
unhas do mais duro pinhão.
Pedro esquimó na geada
feroz lagarta
encasulado de papelão.
Lustro negro do borralho
olhar sombrio
gesto certo.
Pedro esfrega,
lustra
e pendura.
rebrilhando na fedentina
do bugre Pedro
fascinado
por limpeza de cozinha.
sobrancelhas àspera escova,
todos passam, estão vivendo.
E Pedro lá, solitário
entre as árvores acinzentado
O bugre Pedro - o despenseiro
a brincar de casinha, o coitado.
Escrevi e ilustrei em
São Paulo 26/01/10 , publicado no blog Flor Amarela
e no site do Clube Caiubi
e no site do Clube Caiubi
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