terça-feira, 22 de maio de 2012

Lançamento do livro Universo Paulistano -Volume ll

Em janeiro de 2010 ocorreu o lançamento da coletânea de contos, crônicas e poemas, Universo Paulistano -Volume ll, da qual participei como autora. A coletânea foi organizada por Chico Anes e Guaraciaba Micheletti. A coordenação editorial foi do Edson Rossato, e a revisão foi feita por Helena Gomes. Dados Internacionais e Catalogação da Publicação (CIP) Daniela Momozaki - CRB 8/7714
Panorâmica da tarde de lançamento promovida pela Andross
Mesa com os lançamentos recentes da época, a moça é a esposa do Edson Rossatto, um dos editores que naquela ocasião ainda contou com o apoio da irmã para atender o enorme público.
O escritor e organizador da coletânea, o simpático Chico Anes entre autoras
O prestígio da presença da querida dra. Aldenoura Telles Pires, o amigo da família, o gemólogo Dadgi, e a artista e apresentadora Lenora Telles Pires
Família: minha filha Camille Luar: apoio carinhoso e imprescindível. O casal de primos artistas, Eduardo Zabaleta e Maria Alzira Pereira Soares
Mesa redonda (no auditório da Biblioteca Alceu Amoroso de Lima) que precedeu o coquetel e tarde de autógrafos, autores de renome discutem o panorama editorial paulistano.
"São Paulo é assim, quando cremos conhecer todas as ruas dobramos uma nova esquina. Se dormimos saciados de seus sabores, amanhecemos com renovado apetite.
Para cada história contada outra nasce, ecoa em nossos ouvidos e ressoa em nossas almas. Assim é São Paulo!
Como qualquer universo há sempre mais para experimentar. O segundo volume da série UNIVERSO PAULISTANO traz novas esquinas e sabores, descobertos e vividos por escritores apaixonados pela metrópole."
Fotos feitas por Camille Luar e Joseph 

sábado, 19 de maio de 2012

24° Salão de Arte de Pinheiros - Hors Concours Com Cristo

Obra Hors Concours - Com Cristo, óleo sobre tela no 24 Salão de Artes de Pinheiros, promovido pela Associação Comercial de Pinheiros
A cerimônia de abertura se deu com talk show orientado por Carolina Aparecida Pires, do  SEBRAE. Fui convidada a discorrer sobre minha experiência profissional, após a cerimônia aconteceu o vernissagem dando início ao período de exposição. 
O tradicional Salão acontece em outubro.
Na foto 2, os representantes da Casa Militar de São Paulo, o ilustre Secretário de EstadoCel. Admir Gervásio Moreira e o Major Américo Massaki Higuti prestigiando a exposição. 
Jesus Cristo sorrindo foi encomenda da Dra. Sandra Reis Boarim (foto 3, com o quadro em em seu consultório), que o doou ao Centro Espírita Simplesmente Amigo
Sandra me deu liberdade de pintar o Cristo conforme minha visão em sonhos, somente frisou que queria a imagem sorrindo, e é exatamente assim, suave e amorosamente, firme sem jamais deixar de ser terno, que o Divino Rabi quebrou paradigmas e  foi reconhecido como o Messias entre seus contemporâneos, o resto da história nem é preciso mencionar, embora eu sonhe com outros desfechos que os aceitos como históricos. 
Foto 4: Com Marjori de Andrade, o presidente do Salão, o arquiteto Eugênio Bassi, e conduzindo o talk show, a Carolina Pires.
O tradicional Salão aconteceu no Centro de Convenções Rebouças.


Diretor Superintendente: Enrico Francesco Cirillo
Comissão Organizadora:
*Alfredo do Amaral Maluf
*Humberto Luiz Dias
*Amir Massis
*Fabio Luiz Ralston Salles
Diretor Superintendente: Roberto Manin Frias 
Presidente da Comissão Organizadora: João Carlos Belda
Presidente da Comissão Julgadora: Eugênio Bassi
Responsável junto a Associação Comercial de Pinheiros, e pelo cerimonial: Maria Luíza De Ranieri.



PARTICIPARAM COM PINTURA ACADÊMICA
Medalha de Ouro: Jamilson Gentil Pereira
Medalha de Prata: Paulo Hentique Silva Prado
Medalha de Bronze: José dos Santos Souza Lima
Prêmio Aquisição: José Falconi Filho

PINTURA MODERNA
Medalha de Ouro: Nedival Polvani
Medalha de Prata: Kazue Fuke Chikami
Medalha de Bronze: Alma America Ibacache Reyes

ESCULTURA
Medalha de Ouro: Marlene Carneiro Monteiro dos Santos
Medalha de Prata: Maria Del Carmen Perez Matias
Medalha de Bronze: Aristides Ferreira

MENÇÕES HONROSAS
1° - Maria Regina Peralta
2° - Eliana Jesus de Lima Santos
3° - Cristiane Carbone

Comissão Julgadora:
Eugênio Bassi - Presidente
Álvaro de Moyá
Gilda Prieto
Olívia Cook
Naya Mesquita
Zaé Júnior

quinta-feira, 17 de maio de 2012

23° Salão de Arte de Pinheiros - Hors Concours - Chantal e os Netos

Nesta tela retratei Chantal Choin e sua lâmpada galo-romana iluminando a brincadeira dos netos Lili Rose, Malo, Anek e Anir, pintei-os em óleo sobre tela  As fotos referências que usei para pintá-la, eu fiz em Saint Julien em maio de 2009 -Primavera na França.  O retrato agora está em Saint Julien, com Chantal. 
Abertura do Salão, com o arquiteto, o artista Eugênio Bassi, fotografados por Camille Luar.
O tradicional Salão aconteceu no Centro de Convenções Rebouças.

Diretor Superintendente: Enrico Francesco Cirillo
Comissão Organizadora:
*Alfredo do Amaral Maluf
*Humberto Luiz Dias
*Amir Massis
*Fabio Luiz Ralston Salles
Diretor Superintendente: Roberto Manin Frias 
Presidente da Comissão Organizadora: João Carlos Belda
Presidente da Comissão Julgadora: Eugênio Bassi
Responsável junto a Associação Comercial de Pinheiros, e pelo cerimonial: Maria Luíza De Ranieri.


segunda-feira, 14 de maio de 2012

21° Salão de Arte de Pinheiros - Medalha de Ouro com Não tenho Medo

Obra que pintei em óleo sobre tela e está em exposição permanente na Associação comercial de Pinheiros
Após a cerimônia de premiação do Salão, com Jorge  Landmann e Marina Takejame. O texto abaixo, escrevi e publiquei em 19 de fevereiro de 2010 no blog Flor Amarela:

"Em 1997, eu compartilhava o atelier com a Iris, ela era braba e enérgica. Controlava-me e proibia que eu deitasse no sofá dela. 
Eu a amava como atriz canastrona e a achava muito simpática no desempenho do seu personagem ranzinza.
Na minha metade do atelier ficavam os cavaletes, uma poltrona e algumas mesas de apoio. No lado dela o forno, suas estantes, mesa e um confortável sofá encapado de curvim floral. Eu e meus alunos estávamos proibidos de sentarmo-nos nele.
-Porque, Iris?
-Ah, é porque eu não gostaria mesmo!
O sofá era muito fofo e quentinho. Quando ela não estava, entre um trabalho e uma aula eu deitava e ouvia música.
Não queria aceitar que o Arnaldo Antunes tivesse saído dos Titãs, virado lobo solitário, dava trabalho caçar CDs dele e deles, e mais ainda dissociar um dos outros. Eu já gostava de Engenheiros do Haway e Titãs, mas havia passado muito tempo em silêncio, e agora todo mundo me apresentava músicas. O Celso me apresentou a Enya e a Lorena McKennit, a Maria Eliza me informava em Villa Lobos e Madredeus, e a Inge...não, a Inge dizia que eu não deveria abandonar o estudo da história da arte, nunca, nunca, nunca! Numa tarde, depois de ouvir Cegos do Castelo, pulei do sofá e corri para a serralheria do Aldenor, cortei uns trecos, soldei uns tróços, fui até a IMASA - o senhor Bruno Fuks, o proprietário, me havia dado passe livre, catei umas bolinhas de ferro e retalhos de peças das colheitadeiras para anexar ao meu novo quadro. Mais uma correia de motocicleta e deu! 
O Aldenor, agora mais acostumado com a idéia de que tudo que eu fazia, batizava, andava cheio de inspiração, copiou: Vou chamar cada encomenda pelo nome do dono. Ó, esse portão aqui, o nome é Dr. Ibrahim.
Sobre meu painel ele queria saber: 
-E essa galinha... passarinho, como vais chamar?Respondi que galinha e passarinho não eram: Talvez...não sei! Mas pode chamar de Cegos do Castelo. Ainda tenho o Cegos do Castelo comigo, de vez em quando mudo a cor, quem o vê, acha o nome pesado e o tema...e a obra. Logo que o fiz esteve pendurado na frente da minha casa feito estandarte! Um dia, quando fui retirá-lo, percebi que estava bordado de furos e amassamentos, perguntei a um entendido, que sério sentenciou: 
-Estas perfurações, nesta chapa, foram feitas por calibre tal, este por calibre tal e estes, ah, isso é só chumbo!
Eu já não me deitava no sofá de ninguém, e a Iris continua jurando que encontrar minhas plumas no sofá dela nunca foi motivo para tanta raiva.
De qualquer forma, sempre achei o cúmulo da gentileza, decência e pacifismo, terem metralhado meu trabalho enquanto eu não estava por perto.
O texto acima é introdução ao convite que fiz aos amigos para o 21 Salão de Artes de Pinheiros. A exposição aconteceu no Clube Paineiras, no Morumbi. Havia inscrito duas esculturas e duas telas para o concurso de 2008, sonhava expor pelo menos dois trabalhos. No ano anterior tive um selecionado para a exposição e fiquei encantada com o que vi da organização. 
Encantada desde a recepção até a cerimônia de abertura, onde só tratei com pessoas preparadas e gentis, especialmente entusiasmadas com seu trabalho, passara o ano a sonhar com o próximo. Então em 2008, após a fase de análise dos trabalhos pelo júri, me ligaram. Embora não tenha tido dois trabalhos selecionados como almejava, informaram que o meu trabalho em óleo sobre tela, que chamei de “Não Tenho Medo”, fora premiado com Medalha de Ouro. Passei ansiosa o resto do tempo até a cerimônia, medo que fosse sonho, engano ou sei lá...acho que mais pela consciência de que conquista assim desafiava a mais. Uma amiga ao parabenizar-me ironizou: 
-Uma anarquista ganhando medalha de ouro num Salão tradicional como o de Pinheiros?
Induziu à crise. 
Anarquista, eu? 
Acho que eu sempre fui santa... Quase santa?
Nunca fui santa? 
Analiso, medito em shinsokan... e chego a conclusão de que a gente nunca vem a saber exata e completamente quem é, o que carrega adormecido espiritualmente, que possibilidades aceita, e força tem diante dos estímulos e desafios que nos chegam quando menos esperamos. Porém, hoje sei que sejam quais forem minhas potencialidades, bom tanto da gana por auto-conhecimento aflorou naquela premiação da transformadora noite em que recebi a Medalha de Ouro no 21 Salão de Pinheiros.


SOBRE A MODERNIDADE
...”Entenda-se aqui, por favor, a palavra artista num sentido muito restrito, e a expressão homem do mundo, num sentido muito amplo. Homem do mundo, isto é, homem do mundo inteiro, homem que compreende o mundo e as razões misteriosas e legítimas de todos os seus costumes; artista, isto é, especialista, homem subordinado à sua palheta como o servo á sua gleba. G. não gosta de ser chamado de artista. Não teria ele alguma razão? Ele se interessa pelo mundo inteiro, quer saber, compreender, apreciar tudo o que acontece na superfície de nosso esferóide. O artista vive pouquíssimo – ou até não vive – no mundo moral e político. O que mora no bairro Bréda ignora o que se passa no faubourg Saint-Germain. Salvo exceções, a maioria dos artistas, deve-se convir, uns brutos muito hábeis, simples artesãos, inteligências provincianas, mentalidades de cidade pequena. Sua conversa, forçosamente limitada a um círculo muito restrito, torna-se rapidamente insuportável para o homem do mundo, para o cidadão espiritual do universo”. Charles Baudelaire



O Salão aconteceu no Clube Paineiras, do Morumbi.
Diretor Superintendente: Roberto Manin Frias
Presidente da Comissão Organizadora: João Carlos Belda, 
Presidente da Comissão Julgadora: Eugênio Bassi.
Encarregada junto a Associação Comercial de Pinheiros e cerimonial: Maria Luiza de Ranieri

20° Salão de Artes de Pinheiro, escultura em terracota "Yoga"


Na coleção do arquiteto Francisco Torres e esposa Heloíza
O tradicional Salão aconteceu no Clube Paineiras do Morumbi.
Diretor Superintendente: Roberto Manin Frias
Presidente da Comissão Organizadora: João Carlos Belda, 
Presidente da Comissão Julgadora: Eugênio Bassi.
Encarregada junto a Associação Comercial de Pinheiros e cerimonial: Maria Luiza de Ranieri

22° Salão de Arte de Pinheiros - Hors Concours com Primavera na França


Artistas e convidados do Salão no salão do Clube Paineiras do Morumbi
A mesa solene composta por empresários, autoridades e especialistas em Arte
As colegas do curso de escultura da Angela Bassan: Mariangela Ratto, colega expositora na França, Lea e Vera Paiva, todas expondo seus trabalhos no 22° Salão de Pinheiros.
O meu aluno e neste Salão, colega de exposição, Mario Calamonaci e sua obra
Tela que pintei em óleo, Primavera na França, retratando momentos de minha exposição em Pont Sainte-Marie, na França. 
Retratei nela o presidente da Associação Brasil Sertão et Mer, Heitor de Pedra Azul sobre os pêssegos tocando violão, o colega de temporada, músico carioca, Agenor de Oliveira sobre um queijo brie, a Secretária de Cultura de Saint Julien, Chantal Choim, sobre o pêssego ao seu lado o seu cachorro, Bummer, minha escultura preferida do Museu de Arte Moderna Saint Loup de Troyes , Zizou-o Lutador. 
Ao fundo um batismo em champagne sobre a rolha do produto Marquis de Pomereuil, patrocinador do vernissagem na França, o lagarto artista é Ivan Jourdan, companheiro de exposição e negaciador de frestas de sol naquele momento de início de primavera na França, e os meninos da frente, meu irmão, Jonas, e meu filho Maicon, inclui-os sobre os girassóis, pois compoem lindamente! 
Todas as fotos e filmagens feitas por Tobito Kanavion, meu filho cenotécnico e cosplayer.  
O tradicional Salão aconteceu no Clube Paineiras do Morumbi.
Diretor Superintendente: Roberto Manin Frias
Presidente da Comissão Organizadora: João Carlos Belda, 
Presidente da Comissão Julgadora: Eugênio Bassi.
Encarregada junto a Associação Comercial de Pinheiros e cerimonial: Maria Luiza de Ranieri               

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Casa de Cultura Justino Martins - Cruz Alta



Minha exposição de telas pintadas a óleo, na maioria retratos de personalidades ijuienses, na Casa de Cultura Justino Martins de Cruz Alta/RS, foi sucesso de público e visitação. 
O vernissagem foi prestigiado também pelos admiradores de poesia. Nair Albuquerque fez o lançamento cruzaltense de seu Livro Amores e Desencontros e o grupo de teatro Sereias e Granulados realizou aplaudida performance com uma das poesias do livro que Nair autografou.
 Anelize François Felin e Renee El Ammar (uma das retratadas), desfilando charme na terra de Érico Veríssimo e prestigiando a exposição.
 Nair Albuquerque em noite de gala, autógrafos e sucesso em Cruz Alta, sua cidade natal.
 A queridíssima Marise Carvalho Machado Aguiar Santos (cujo retrato com os filhos gêmeos, Jean e Camille também estava exposto), Lêda Nobre, pela Fundação Cultural de Ijuí, o arquiteto Luiz Fernando Amorim e sua mãe, a também artista, Eva Amorim
Os atores do grupo ijuiense Sereias e Granulados
 O dentista Willy e sua esposa, Ida Fengler, ela uma das personalidades retratadas da exposição (primeira foto ao alto, onde aparece ao lado de seu vaso de porcelana premiado), a porcelanista Ida e o esposo são proprietários do hotel fazenda Jardim Europa de Ijuí, onde ela cultiva as flores que pintei ao seu lado no quadro.
Abaixo, texto sobre meu trabalho escrito pelo jornalista Neri Malheiros, e publicado no Jornal Diário Serrano de Cruz Alta, durante a exposição:
"Sua pintura não se prende a um estilo definido. 
As pinceladas mostram uma mistura de surrealismo e cubismo, sensível e observadora, qualquer coisa pode estimular a criatividade da artista. 
Suas fontes de inspiração podem ser encontradas na natureza (como uma simples cigarra morta que ficou agarrada em um tronco de uma árvore e virou parte de um trabalho matérico), ou no convívio humano. 
Dos domínios do desenho, Giane aproveitou o traço firme. Nas telas, as figuras pintadas a óleo ganham nova dimensão que evidencia a técnica apurada e, ao mesmo tempo fazem ângulos nas formas desafiadoras. Ela conta que pinta desde sempre. A explicação que dá para esta afirmação aparentemente implausível  evidencia a confusa e até indiferente relação que a maioria das pessoas tem com o meio que as cerca.
“Enxergo assim desde que lembro  de pegar um brinquedo -podia ser um bichinho - e estudava a parte anatômica dele.”
Ou seja, o intercâmbio com o mundo que nos rodeia sempre existiu, e não cessa nunca. Apenas alguns não se dão conta da possibilidade.
Para Giane, o começo do fazer artístico “foi natural”. Dos retratos pintados a carvão à descoberta das cores e de outras formas de expressão artística que fazem parte da sua constante pesquisa em busca do novo, aí se explica suas diversas vertentes, que podem leva-la a entrar numa fundição, universo tipicamente masculino, para manusear com habilidade, instrumentos que vão dar o acabamento desejado nas sucatas que nas suas mãos, se transformam em arte.
“A verdadeira arte é a labuta para se chegar a uma nova coisa a partir da matéria”, observa.
Em seus quadros que alguns críticos dizem que mescla  o sagrado e o profano, a vida e a morte, as cores fortes e vibrantes reproduzem o que se passa no aspecto social. “A leitura que faço da realidade passa antes pela percepção do espiritual. 
Eu busco retratar o espirito através da matéria.”
                       

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Diário da Manhã de Erechim- 28/06/2003

Declarar publicamente o que pensamos é certeza de incômodo. 
O presidente Lula o faz sem rodeios. Reafirmou que mesmo que o congresso fique contra, ele vai fazer reformas. Depois que escrevi na coluna da semana passada que acho jóia que o Presidente faça mudanças, alguns conhecidos fingiram que não me ver na rua, mas recebi alguns cumprimentos. 
Porém, a verdade, quem saberá? Talvez tenha me precipitado. 
De que reformas estará falando? 
Da reforma na previdência, espero... Meu correspondente em Frankfurt aumenta minha angústia ao comentar: "O seu presidente diz uma coisa, mas o ministro Amorim diz outra". Pergunta o que nós brasileiros pensamos da intimidade do nosso Lula com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se percebemos que esta aproximação é indício do rumo que as coisas podem tomar na potência Brasil. Respondo que não sei, que vou ficar atenta. 
O noticiário diz que o nosso Lula é muito habilidoso, que esta avançando em conversações com o Fidel Castro e com o Hugo Chávez, dois líderes que sempre foram difíceis em diálogos. Não quero ser cega, fico na ponta dos pés, espicho o pescoço, arregalo os olhos. 
Só enxergo uma densa nuvem envolvendo o poder, o propósito é o de confundir, nos tornar uma multidão de neurastênicos, pendentes e dependentes de suas decisões, que somos, roendo as unhas, estralando os dedos e torcendo para que, apesar dos titubeios e deslizes, no final, más decisões não nos arranquem o couro. 
Cabeça entre as mãos – canseira. Sou tomada de desânimo e dúvidas. O presidente da Venezuela, apesar das críticas, pode não ser o bicho que estão pintando. Será boa companhia para nosso Lula? Abro o jornal e dizem que ele luta contra os interesses escusos que os americanos tem em seu bonito e petrolífero país. 
A Venezuela é o quarto maior exportador mundial e o terceiro maior para os Estados Unidos. Uma amiga venezuelana argumenta que o que falam de bem sobre ele é fruto de uma campanha publicitária milionária, que ele acabou com as instituições democráticas. 
Muitos venezuelanos declaram que ele é um ditador autoritário, outros dizem que ele reformou seu país, para melhor. 
Meus olhos ardem, já passa da meia noite, entre descobrir a verdade e seguir sendo assaltada por todas as dúvidas possíveis, chega a madrugada. 
A única certeza é que já não conseguirei mais fazer a caminhada matinal, talvez nem trabalhar a manhã toda, tampouco com alegria. Certamente essa cara acordará às dez da manhã, amarela, amassada, com olheiras de panda; a imagem desoladora refletida no espelho será o fruto de meus questionamentos. Igual os sofistas gregos, concluo que vivemos em um mundo estruturado para confundir. Se pegamos o caminho errado? Na chegada ao inferno, encontraremos os demônios que nos iludiram em vida, nos recebendo aos berros : -Otários, entre gargalhadas. Isso, ainda? Sem encontrar a solução para estas questões sobre as quais pondero por idealismo e nas quais os outros trabalham por dinheiro, concluo que o melhor que tenho a fazer é...pesquisar mais um pouco! 
Desenvolver ceticismo. Na net peço uma pesquisa sobre Fidel Castro. Na tela abre-se um quadro vermelhão com letras brancas, foices e pontas se chacoalham e fazem círculos. Salto fora, ouço a voz da minha mãe entranhada em meu subconsciente me mandando dormir.- Mãe...estou fazendo a minha parte, preciso analisar a questão para fazer escolhas sensatas. 
A mãe, prática, responde: - Você se desgasta à toa, quer morrer cedo? Quem se interessa em tornar este mundo sensato? Você ouviu hoje mesmo na voz do Brasil, que o neto do senador mais criticado do país, foi eleito deputado, dando assim, seqüência à oligarquia familiar? Desliga isso e vai dormir! Amanhã tens que trabalhar no quadro para o concurso, passar no banco, falar com a Têre, procurar as notas fiscais do rádio que estragou, entregar o vídeo na locadora, não te basta? 
Desligo o computador e me deito vestindo o blusão de lã de lhama. Em Erechim estamos a 700 m acima do nível do mar, noite fria de bater queixo. Antes de adormecer tento recordar onde foi que li que na Venezuela, em 11 de abril de 2002, durante uma gigantesca marcha de protesto na qual as pessoas pediam a renúncia do presidente Hugo Chávez, e protestavam contra o fechamento de cinco estações de tv pela alegação de abuso da liberdade de expressão, a multidão foi debandada a tiros. 
Dezenove pessoas morreram e oitenta e oito ficaram feridas. 
Isso é real ou pesadelo? 
Vou escrever uma carta pedindo ao nosso Lula que seja mais pragmático em seus discursos, que se afaste deste menino...o Hugo Chávez... e que não esqueça de escovar os dentes antes de dormir...


Crônica que escrevi e foi publicada no Jornal Diário da Manha -Erechim RS,  28/06/2003